sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

TITICACA E LOS UROS - MAGIA PURA

Chegou o dia... talvez depois de Macchu Pichu, o Lago Titicaca era o que mais queria conhecer... Lembro das minhas aulas lá pela 6ª ou 7ª série falando dele como o lago mais alto do mundo, e sempre tive muita curiosidade para conhecer as casas que ficam nas ilhas flutuantes e como se faz uma ilha flutuante... Desejo de criança...

Mas antes de falar sobre o Lago, vou contar um pouco... A noite passada havia sido realmente muito fria, os termômetros marcaram -7ºC e devido a altitude de Puno, a sensação térmica segundo os locais era de -12ºC, então imagina o friozinho que não estava cedo quando saimos... Os que me conhecem sabem do meu mau humor pela manhã normalmente... Somem a isso, quase 10 dias fora de casa, frio, 3800m de altitude e um café além de ruim, muito... mas muito mal servido.

Tipo... o Casona Plaza Hotel, era de todos hotéis que ficamos o mais chique, bem decorado, com lareira na recepção, elevadores e tudo que um hotel chique deve ter... Mas o serviço... o serviço era péssimo...

Mas vamos ao passeio... chegamos no trapiche onde é o atracadouro dos barcos que levam ate Los Uros, aqui antes de sairmos o Ricardo da Galápagos nos falou que seríamos muito bem tratados nas ilhas flutuantes e que talvez fosse um dos melhores passeios que faríamos... Mas na entrada começou mal.

Eu não gosto muito de ficar no sol pela manhã e o guia do barco encasquetou que deveria me trocar de lado... Puta merda... Não queria ir pro Sol... tinha em torno de 20 pessoas no barco... pq eu??? Só pq sou cheinho.. que sacanagem. Mas mesmo contrariado e mal humorado troquei de lado. Talvez fosse um pouco de falta de simpatia pelo guia, mas foi o único guia que me deu sono e tinha um español de dificil entendimento... Nem lembro o nome dele... Será que ele foi enviado pelo Royer para nos sacanear??? Segundo o Pé, o Inglês do guia era um Inglês diferente... que talvez um cidadão inglês não entenderia... Mas lá fomos.

No começo a viagem é meio feia, pois a entrada do Titicaca em Puno é um grande Juncal (de Totora), existe somente um canal que está liberado, um canal estreito, e estávamos dentro do barco... mas com a viagem indo, meu mal humor foi sumindo e a paisagem foi abrindo e ficando cada vez mais fantástica...


No começo é estranho

A água do Lago é muito transparente... e gelada obviamente, depois de algumas explanações ele liberou para quem quisesse subir para o teto do barco, e eu e o Pé fomos... Tchê... lindo demais... a primeira surpresa foi que no meio dos juncos ao lado, onde formam algumas ilhas abandonadas dos Uros, existem alguns catetos (aqueles porquinhos do mato, tipo Javali... segundo o pessoal da ilha eles largam lá pra ter uma opção de outra carne que não o peixe)... Na entrada dos Uros, existe uma espécie de guarita... elevada.. bem acima que faz o controle da baía... Paga-se ingresso pra visitar os Uros e eles conseguiram fazer uma estratégia para cobrar esse ingresso... quando passávamos de barco pela guarita... o Guia só atirou uma espécie de saco, acredito que com o dinheiro para a entrada... COm certeza alguma coisa que eles tem pré-acertado.


Saindo do canal para a baía

Então como eram vários barcos entrando nos Uros e existem várias ilhas, o nosso barqueiro escolheu a nossa... Quando nosso barco inveredou para encostar na ilha, cerca de 10 mulheres da ilha encostaram bem no atracadouro... e quando chegamos elas gritaram Kamisaraki... uma saudação do dialeto deles que significa sejam bem vindos... Suas roupas coloridas, e as crianças queimadas de sol na maçã do rosto foi a primeira coisa que chamou atenção...


Kamisarakiiiii

Eles nos dirigiram até um lugar onde existem bancos feito de junco e sentamos para ter uma aula sobre o Titicaca e também de como são construidas as Ilhas...

Nosso "querido" guia, explicou como foi feito a invasão do lago e onde existem outras comunidades de ilhas flutuantes como Los Uros... depois um dos moradores da ilha nos explicou como funciona a comunidade e também como é feita a ilha.


Los Uros..

A ilha é habitada sempre por 8 casais que vivem em mutirão, para fazer a ilha, mantê-la, pescar e abastecer... uma das coisas mais interessantes que ele falou sobre isso, foi a pergunta feita por um dos nossos companheiros de viagem... ela perguntou se tiver algum que não trabalha na ilha no mutirão o que acontece... Então ele puxou uma grande ferramenta (uma espécie de um serrote daqueles de cortar entre dois, árvores de grande parte) e disse que serram o pedaço da ilha e mandam ele embora a deriva... e que dificilmente ele achará espaço numa outra Ilha, pois ficará "marcado".. ele disse que normalmente nesse caso, o cara acaba indo embora pro continente... duro mas correto a atitude.

A ilha tem um método de construção muito interessante... Quando chega a temporada fria da região, o lago Titicaca acaba baixando, pois é mantido pelo derretimento das geleiras na temporada quente... então eles vão até onde existem esses juncais de totora... eles estão praticamente grudados ao solo do lago nesta época... então eles serram e descolam esse junco em grandes pedaços, de mais ou menos 20m² com raíz e tudo... fazem estacas nos cantos e amarram a outro pedaço... fazendo a área da ilha com várias peças de totora. depois de tudo amarrado... eles levam esse grande bloco com um rebocador até o local onde ficará a ilha... ancoram ela nos cantos até o fundo do lago e colocam mesclando camadas de junco em vertical e horizontal... pasmem.. no mínimo 30 camadas de junco... Caminhar nas ilhas é algo estranho pois o chão afunda... é fofo e feito de junco... Só que esse junco tem "prazo de validade".. então duas vezes por ano... eles tem que repor esse junco... e isso dá um trabalho muito grande...


Tu acha que é barbada... vem morar então!!

Depois de montada a ilha, São feitas as casas também da palha do mesmo junco... fazem também um local para a reunião local e onde também as noites tem junção da galera da ilha... o que nos chamou atenção, foi que as casas tem energia elétrica... Perguntando sobre isso... o guia nos contou que no governo do Alberto Fujimori que é da região de Puno, ele fez um sistema solar (todas as casas tem uma placa) que abastece as ilhas, fez na época de uma eleição (parece até um país que eu conheço)... Feitas as casas, eles buscam no continente uma pedra grande e plana, e sobre ela fazem a cozinha da ilha, pois como o chão é de palha... para não prender fogo tem a necessidade de uma pedra... a comida na ilha é comunitária... todos comem a mesma refeição.

Terminando a explicação de como é feita a ilha... fomos convidados para em dupla ou trio ir conhecer por dentro a casa dos Nativos... entramos numa casinha com um casal... aparentavam vinte e poucos anos... e era muito confortável, apesar de pequena... uma grande cama... televisão e ventilador faziam parte dela... ele nos perguntou se não queríamos vestir as roupas deles.. e eu prontamente aceitei... Camisa feita de lã (pinicava muito), a toca tradicional deles... bem colorida e um colete por cima... se fosse mais moreninho era um nativo hehehehe... Junto comigo e com o Pé, tinha um Japonês (mesmo de origem hehe) entendendo pivicas do que o nativo falava... tipo... o Japa tinha os dentes muito tortos.. mas era gente muito boa... mesmo sem a gente enteder ele hehehe... só ria o tempo todo.. aquela risada envergonada de Japa... quadro!!!!

O dono da casa que estávamos era o atual presidente da ilha, mandato de dois anos... E falou de como é dificil a questão de manter a ilha abastecida... Perguntamos também sobre a difença entre os enfeites de cabelo das mulheres da ilha... e a esposa dele nos explicou que as tocas coloridas são para as virgens... E para amarrar a trança das mulheres, as solteiras usam adornos coloridos e as casadas preto.


Nativo

Saindo dali, fomos até uma ferinha de artesanato que eles organizam... muito legal.. tudo feito de totora.. comprei um Mobile... muito lindo...


Barquinho de Totora

Lá na saída compramos balas e lapis para as crianças das Ilhas... e lá estavam elas... doces... muito doces... todas queimadinhas de sol coitadinhas devido ao alto UV da região... Mas doces... e felizes pelos regalos.


As doces crianças de Los Uros

Começaram a nos convidar para dar uma volta numa embarcação de Totora... muito legal diga-se de passagem, com uma carranca de palha na frente, mas como já havia lido no site dos Mochileiros, sabia que não era de graça essa voltinha, mas só que te convidam como se fosse... e lá no meio quando não tem como voltar, eles anunciam o preço... no caso da nossa galera foi 50 soles hehehe... se não quiser pagar é fácil... basta voltar nadando numa água congelante hehehe... BOA TÁTICA.. vou comprar um barco e convidar o povo pra dar uma banda no Rio do Sinos (duvido alguém querer nadar nele no verão... imagina no inverno hehe).


50 soles ou nadar no Titicaca??
Na região dos Uros se concentram peruanos e bolianos, pois o lago dividi os dois paises, eles tem algumas ilhas que são escolas e outros serviços como saúde e direção do aglomerado urbano.

Voltamos pra Puno... sem nada pra fazer... como o sono era grande resolvemos dormir e dormimos de verdade (pelo menos eu)... O nosso vôo era só no outro dia ao meio dia... foi um saco esperar.. mas amanhã no outro posto conto melhor essa história.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

10 HORAS DE PURA DIVERSÃO

Esse desafio foi complicado... Encarar 10 hora de viagem de Cusco a Puno, sabíamos... não seria nada fácil.. nada fácil mesmo.

Mas tínhamos que encarar essa jornada... e se fomos... Cedinho da manhã o Nicolás passou no Emperial Cusco Hotel e nos pegou de taxi, até um outro ponto da cidade... no trevo de saída para o Sul Peruano.

Um ônibus semi-leito, o Transmundo do Turismomer nos aguardava... muitas malas, usavam uma espécie de etiquetas, como se usa na rodoviária aqui para colocar nossa bagagem (nesse caso toda nossa bagagem pois não voltaríamos a Cusco), nos despedimos do Nicolás, guardamos nossa bagagem, separamos alguns pertences que seria necessários durante a viagem e nos abancamos no primeiro banco da direita de quem sobe...

Ali de cara já conhecemos alguns brasileiros.. em especial o Mauro... Palmeirense até por dentro dos olhos que viajava com a irmã (que no começo achei que era esposa até)... gente boa o Maurão.

Estávamos ali, já tentando fazer uma feição para dormir um pouco pois era cedo... quando sobe a personagem principal dessa história... Nosso guia... Uma mistura de índio com o Cascatinha do Castrinho hehehehehe

"- Hola mi nombre es Roger "(na pronuncia espanhola Royer)
"- Hi mi name is Roger " (mas a pronuncia não trocou pra Rodjer como na Inglesa... continuou exatamente igual.. Royer)


Mi nombre es Royer

Nos olhamos e pronto, sabíamos que a nossa diversão nessas dez intermináveis horas havia chego ali hehehehehe

Inventamos algumas músicas, funks, bonequinhos ventriloquos animados.. todos com o nosso querido guia dentuço... ROYER... meu xará o danado hehehehe.

Mas contando agora um pouco mais da viagem, foi muito legal... primeira parada foi foi rápida, logo na saída de Cusco, em Oropesa... Para comprar um tradicional pão da região, eu já tinha tomado café, mas não resisti a tentação de provar um pedacinho que foi repassado pelo grande Royer... Tchê.... Meu Deus... acho que foi a coisa mais gostosa que comi em toda viagem... muito saboroso... é um pão levemente adocicado... com um pouco de canela.. Demais... Adorei...

Paradinha rápida mesmo, na verdade só quem desceu foram os guias, além do Royer tínhamos também uma Rodomoça.. chiquérrimo, parecia avião o trosso... balinhas, água, coca e a tradicional Inka Cola... Depois disso seguimos viagem, passando por diversos vilarejos, mais ou menos do tamanho de Turuçu... GRANDE BARBARIDADE... mas sempre com a cordilheira nos brindando a frente, e sempre e sempre subindo, o que sinceramente me preocupava bastante, pois se estávamos a 3200m de altitude, significava que o oxigênio tava diminuindo e a temperatura descendo... E no caso não era uma boa.. já estávamos com frio suficiente.


E sobe o morro...

Chegamos ao nosso primeiro ponto de parada, Andahuaylillas... sinceramente pessoal, acho que o único nome de todos que não consigo pronunciar como eles falam.. algo como Andarruayjlijrras ehehe, muito estranho mesmo... Mas sem dúvida o lugar mais bonitos de todos os pontos onde paramos, lá existe uma Igreja pequena.. San Pedro e San Pablo... linda demais, considerada a Capela Sistina da América Latina, visto o número de obras e os afrescos (abixas hehehe) no seu teto... Não é que nossas igrejas não tenham imagens tão belas como aquelas, mas sinceramente, parecem que as imagens dessa igreja estavam falando contigo, tamanha era a expressão... é uma Igreja pequena... mas impressionante... Pena não poder tirar foto.


Igreja de San Pedro e San Pablo


Cenário de Pancho Villa

Lá neste lugar (repetir o nome da trabalho)... tem uma praça onde se vende artesanato e uma árvore coberta de flores vermelhas e sacadas de madeira nos prédios antigos... parece uma vila mexicana daquelas de filme de Antônio Banderas e Marichis... Me senti dentro do cenário do Pancho Villa... Lá também matei um pouco da saudade, tomei um chimarrão (pedido para um Castelhano que estava no ônibus também)... e encontramos uma nativa com o famoso chapéu peruano... COPA DE BITUCA DE CIGARRO...


Chapéuzinho de Bituca hehe

Paradinha de meia hora... xixizinho e busão de novo... Seguimos viagem... curva, vilarejo e morro acima... ônibus bom...

Segunda parada Raqchi... Um sítio arqueológico... Com um vilarejo muito antigo do lado.. lá se criam galinhas e ovelhas e tem uma bela lagoa... chamada lagoa sem fim, pois nem na maior das secas ela acaba devido a um vertedouro natural em seu fundo (existe uma lenda nessa lagoa, mas devido ao meu pífio espanhol não entendi pivicas que o Royer falou.)... Mas o sítio foi erguido em homenagem ao Deus Wiracocha... e era um local de peregrinação... também devido a proximidade com o vale sagrado, era o local onde eram estocados os mantimentoss, existem ruinas de mais de 180 silos no local... Muitas partes estão bem conservadas, mas o templo tem somente seus pilares centrais... todos em formato trapezoidal como comentei anteriormente. Incrível.


As ruínas de Raqchi

Inclusive nesse lugar pagamos 2 soles pra cagar num banheiro que a privada não tinha o acento aquele tradicional... Puta merda...


Banheirinho sem vergonha

O mais legal foi uma maneira de matar a saudade e ficar também orgulhoso.. o ônibus que anteriormente havia achado muito bom... adivinhem... MARCOPOLO NEGO... Busão gaúcho.


Onde tu for vai existir um gaúcho

Depois disso.. já com uma certa fome, mas ainda sem muita vontade de comer frango (odeio pollo heheh)... lá pelas 13h paramos num restaurante as margens do Rio Vilcanota (Urubamba.. sei lá), na altura da cidade de Sicuani... BOm restaurante.. mas como tava ruim ainda e o buffet não me agradou muito... achei uma maneira de me manter sem fome... Meu almoço foi... Purê de Batata, Arroz e Pão (aquele mesmo... durinho hehehe) e Coca-cola em temperatura ambiente é claro.. especialidade peruana hehehe

No almoço... sentou conosco uma brasileira (ou não) de uns 50 e poucos anos... ela é Psicoteraupeta (médico de loco hehe... certinho pra nós)... e a vida dela digamos que não era bem um marasmo... vou tentar escrever aqui pq não me lembro direito... Sei que o pai dela era um diplomata... então ela nasceu na Iália, o pai dela era Turco, a mãe não sei de onde... Ela morou anos em Manchester na Inglaterra (inclusive ela falava Manchester dum jeito que nunca vou conseguir), veio para o Brasil e o marido dela é Libanês.. e nome dela é de Russa... mas não lembro o nome dela.. só da briga dela depois no hotel hehehe brigou feio por telefone com alguém... acho que ela tava precisando de uma PSICOTERAPEUTA. Mas figuraça...

Continuamos o caminho e rumo ao lugar que sinceramente me despertava muita curiosidade e um pouco de medo... Mas o que me chamava mais atenção... O ponto mais alto da estrada.. a mais de 4300m de altitude... Descemos e nesse lugar tem muitos ambulantes com artesanato esperando os turistas... astesanatos lindos, mas sinceramente... descer do ônibus e dar de cara com um pico nevado com mais de 5000m de altura é lindo demais... gelado mas lindo... E ainda fomos agraciados com um trem passando no pé deste pico nevado, vinha pelo meio de um capinzal amarelado... olha gente... dádiva mesmo... Só Deus pra fazer um lugar daquele jeito... DEMAIS... Em La Raya foi a primeira vez que senti um frio andino mesmo... de resto eram momentos de frio.. mas ali foi um frio intenso... de verdade... que dói o osso... e um vento que tu mal conseguia ficar parado...


La Raya... 4335m de altura

Parada rápida pra não congelar... La Raya sem dúvida ficou guardado nos lugares que lembrarei pro resto da vida junto com a Plácido de Castro, 565 (lugar que me criei em Pelotas), o Ginásio de Santa Cruz do Sul, a trave onde o Sóbis fez dois gols no Morumbi, o Rio da Prata em Jardim-MS e por ai vai.. INESQUECÍVEL...


O dificil é não fazer cara de frio

Último trecho da viagem... e sinceramente depois de La Raya... comecei a ficar um pouco cansado de brincar de conhecer ruínas... e visitar pedras como diria o Pé... descemos um pouco e chegamos em Pukara (essa é só Pukara... não Pukapukara que fica em Cusco mesmo)... é um vilarejo que chega a dar pena... pela primeira vez desde que começou a viagem eu vi a miséria da região... miséria mesmo.. uma senhorinha sentada na calçada.. que lembrou minha avózinha Tuca... enrugadinha e a tristeza estava nos olhos dela... Muito triste.. muito triste não... na hora lembrei do filme diários de Motocicleta... Foda...


Iglesia de Pukara

Mas Pukara é considerada a primeira civilização do sul Peruano e data de 1600 A.C. com um museu com as muitas raridades.

Depois disso foi chegar a Puno... ver de cima o Titicaca...e ir pro Hotel Casona Plaza e descansar... não sem antes bater um papo com o Mauro... comer um Sanduba caprichado no hotel mesmo e ver que umas paulistas que havíamos conhecido no vôo de Lima para Cusco estavam um pouco mal na foto... tipo era um corre-corre de enfermeiras e médicos no hospital... pelo que uma delas nos falou (uma estava ruim e a outra MAL)... elas tinham ido fazer o passeio no vale sagrado e uma delas comeu uma batata com argila.. que segundo nossos guias.. nem os nativos comem pq é muito arriscado... HAJA SORO PRA HIDRATAR hehehe


Chegada em Puno

Soninho... no outro dia o Titicaca nos esperava no frio de -7º da noite de Puno... FRIO... e o Hotel com a lareira acesa e fedendo a fumaça todo hotel...dormimos com muita sede esse dia...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

HAY CAMBISTAS EM MACHU PICCHU

E vamos nós porque chegou a quinta feira de nossa aventura... depois de termos conhecido um dos lugares mais lindos do mundo.. estávamos nós no pé dele, onde dormimos uma noite tranquila sem a tal altitude excessiva, pois vejam que em Cusco estávamos a 3300m e em Aguas Calientes a apenas (é eu disse apenas sim) 2400m de altitude, o que significa uma boa quantidade a mais de oxigênio no pulmão e consequentemente no sangue.

Pois bem, nosso planejamento incial para esta quinta feira, era uma segunda visita a Machu Picchu e uma possível subida na montanha ao lado dela que chama-se Wayna Picchu, é uma subida de 400m, o que causaria um pouco de cansaço mas também uma vista diferente do Patrimônio da Humanidade. Só que na noite anterior, tivemos uma notícia um pouco triste.

Devido a Aguas Calientes ser um povoado pequeno e feito de vielas... não existem taxis no lugar, e os ônibus lá só começam a circular as 5 da manhã. Wayna Picchu tem um limite de pessoas para visitação ao dia, sobem somente 400 pessoas por dia lá, sendo que são 200 pela manhã e 200 pela tarde. Nós só tínhamos a opção de subir pela manhã, pois a tarde nosso trem de volta a Cusco era no horário das 17h o que poderia ocasionar perder o trem e consequentemente elevar bastante o custo. Estávamos na verdade bastante cansados do dia anterior e do sofrimento com o Sorojchi. Para ser da turma da manhã na Wayna, teríamos que subir a pé até a entrada de Machu Picchu e dormir na fila mesmo... Bom.. o pessoal que faz a trilha inca sobe de barbada e dorme na fila lá pq tem todos os equipamentos, bem difente de nós, que para esse tipo de passeio não tínhamos levado nada.


Capturando imagens que em breve postaremos num post especial

Decidimos então na noite anterior que não iríamos subir a Wayna e só faríamos a segunda visita a MAPI... POis bem, acordamos por volta das 9h (é bom acordar depois da 7), descemos tomamos nosso café e quando voltamos ao quarto vem aquela vozinha da consciência nos dois... Pra que fazer a segunda visita???? Já que MAPI é linda, mas não grande.. e tínhamos desvendado ela de ponta a ponta... afinal de contas não teríamos guias no segundo passeio.. e na verdade também... não tínhamos conseguido tempo para as compras dos presentes pra família e também um tempo pra gente... então decidimos não subir... mas ainda tínhamos os ingressos do parque e as passagens de ônibus.


Sheep (o nome verdadeiro dele é FALCON) peruano em Aguas Calientes

Foi aí que surgiu nosso perfil cambista... fomos até o lugar onde se vende os ingressos... estava fechado, mas notamos que bastante gente procurava o lugar pra comprar naquele momento... só que a gringaiada não comprou da gente... Assim como nós ficaríamos... eles ficam desconfiados.. então fomos a um lugar do lado e oferecemos para a menina que ali estava.. ela ligou para um "amigo" que logo apareceu... dois ingressos mais ônibus dariam um total de 300 soles... vendemos por 250 soles.. perdemos em torno de 33 reais (16,50 para cada) e aproveitamos o dia...


Provando a pizza peruana (nem é de todo ruim)

Nos artesanias de Águas Calientes, como todo Peru, sempre tem que se pechinchar... mas conseguimos comprar presentes para a parentada que ficou alvorotada aqui no RS hehehe, muito bom de comprar e demos muita risada... Um das senhoras que tem uma banca... era muito simpática e a todo momento que comprávamos algo que não era dela... dizia que éramos "malos" (maus) por não comprar dela... muito legal ali... conhecemos também o Miguel, um menino de uns 4 ou 5 anos que é filho de uma das senhorass que lá trabalham.. muito engraçadinho (quando pequenos eles são engraçadinhos... mas quando crescem ficam feinhos coitados), perguntamos se ele queria vir pra Brasil conosco e ele dise... "No, Mi padre no ira querer" hehehehehe


A Avuela Tuca... Chorou até comprarmos dela

Compramos, voltamos ao hotel, pegamos nossas coisas e fomos encarar o Trem Backpacker novamente... Desse vez cheio realmente... muito cheio... em nosso vagão haviam duas pessoas que falavam português... Eu e o Pé... o resto só gringaiada... inclusive uma senhora e seu filho que sentaram em nossa frente, acredito que sejam Mexicanos (olha a gripeeeeeeeeeeeeeeeeeee), e a mãe dele voltou de Aguas Calientes a Poroy, em 3,5h de viagem dando uma "pequena" mijada... FOI DE DAR PENA DO MENINO...

Viagem cansativa... chegamos lá mortos de cansaço... direto pro Hotel, banho e cama... pois no outro dia, tínhamos uma parada dura... 10h de viagem até Puno... que contarei amanhã... foi muito legal. Com certeza o dia que mais demos risada nessa viagem.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

MACHU PICCHU O DESTINO REAL

Hoje é um post especial, pois desde o dia 10/03/2002 o dia que entrei no Lanceiros e conheci o Pé, desde desse dia quando essa amizade se formou, uma das primeiras das muitas coisas que descobrimos em comum, foi o desejo de conhecer esse lugar mágico e sagrado, uns dizem que era a colônia de férias do Imperador, outros dizem que era um lugar de pesquisas agronômicas, outros um santuário, o certo é que todas as crendices e fatos que cercam esse lugar, transformam ele num dos lugares mais visitados do mundo e uma das 7 maravilhas do mundo moderno... Algo difícil de explicar, encantador de olhar e impossível de esquecer... Mas vamos contar do dia a dia para continuar no mesmo ritmo.

Acordamos cedinho, pois teríamos que estar na estação de Poroy (Poroy é um vilarejo ao lado de Cusco de parte os trens para Aguas Calientes no pé de Machu Picchu) as 7:30... O Nicolás nos pegou no hotel e logo passando a Plaza de Armas, nos "baldiou" para uma van que se foi a estação... Nosso guia seria um tal de Willy... não o caolho... mas virou caolho... chegando na estação muita gente e muito barulho... logo conseguimos passar a roleta... e lá o trens se dividem em três categorias, o Hiram Bingham que é cheia de luxo, o Vistadome que possui como o nome diz vista priveligada, e o Backpacker que traduzindo é o mochileiro... Como eu estou acostumado a catar o Guabiroba a unha ali na antiga esquina do Oba-Oba... não me fiz de encolhido e fui no Mochileiro obviamente, até porque 80 dólares fariam muita diferença no final das contas... Bom eu sei que encaramos essa viagem, que segundo a PeruRail e o seu Ferromoço (ferromoço e ferromoça é muito feio hehehe) era de 3 horas de duração, mas que no final descobrimos que era de 4 horas e meia.

Demos muita sorte na primeira parte da viagem, pois o trem estava meio vazio... como as poltronas são de frente uma pra outra e perto, quem tem as pernas um pouco maiores, se ferra bonito, pois não há lugar para esticar... Pegamos os nossos acentos no começo da viagem e na nossa frente uma dupla de irmãs argentinas, enlouquecidas por fotos e filmagens pelo visto, eles passaram toda a viagem filmando, inclusive a mãe delas que pelo visto havia batido de frente com o Sorojchi e estava mal mesmo (no final do dia conto mais sobre ela)... Mas já na arrancada do trem, percebi que havia 4 poltronas vazias atrás de nós... e logo pulei pra uma delas... Tirei os tênis e coloquei e me acomodei bonitaço... o Pé ficou na mesma que estava, pois uma das hermaniñas pulou para o lado do pai dela do outro lado do corredor... ai gente apesar de comprida a viagem, foi uma grande curtição... o trem logo chega a um cidade chamada Izcuchaca, para na estação de lá... pra nossa sorte estávamos no vagão A... pois na estação estava todo o povo da cidadela pra subir com sua produção anual de Agricultura e Avicultura toda... esse backpacker é conhecido pelo TREM DAS GALINHAS... Imaginem... já tava anojado de Pollo (frango) morto... imagina Pollo vivo... tá loco... tava que nem podia ver, mas seguindo a viagem depois dessa estação, começamos a avistar o vale sagrado (que não conhecemos por causa do "paro") e o Rio Urubamba... com suas mini corredeiras, afluentes (que descem em forma de cachoeira), picos nevados, pontes da trilha inca e muitos mochileiros no caminho. Devido ao local ser muito íngrime, várias vezes o trem tem que usar do artificio de zigue-zague para poder subir ou descer... e isso atrapalha muito a viagem.


Vista do Trem


Mochileiros cruzando o Urubamba

Chegamos a estação de Águas Calientes por volta do meio dia... Pensa assim MUITA GENTE... era o que tinha lá.. uma galera que meu Deus... logo avistamos o Caolho... ops o Willy que dizia alto Willys Group... Norma Group... nos identificamos, pegamos nossos ingressos pra quarta e quinta em MAPI e também o do transporte de busão até o alto da montanha... e ele nos indicou deixar a mochila com o representante do Hotel... Deixamos as coisas com o Inty Punku Hotel e nos fomos até onde saiam os ônibus... Nossa... Alguém ganha muita grana com Machu Picchu... mas eu não sei quem é... Poderiam ter botado um asfaltinho naquela estrada... ingrime e estreita.. dá medo sinceramente... muitos trechos os ônibus que sobem e descem não conseguem passar ao mesmo tempo... o que ocasiona naquele lugar de lomba os busões andarem de ré direto... ALI SIM TEM QUE SER MOTORA... Bom.. mais 20 minutos de subida e pronto... lá estávamos... na porta do nosso destino tão sonhado...


Na entrada do Sagrado Machu Picchu

Um pouco de difculdade pra reunir o Willys Group.. e lá fomos nós... Passamos a portaria... as vigias de pedras... e começamos uma louca subida... que pra quem estava se recuperando do Sorojchi... foi foda... não tem outra palavra... foi foda mesmo... uns 200 metros de subida.. peral... escadas ... fomos até o ponto onde chama-se "El Mirador"... é o ponto mais alto de Machu Picchu... mais alto que ali só a montanha ao lado... Wayna Picchu... Bom vou confessar... cheguei morto até esse lugar... Mas digo a vocês amigos... aquela imagem... aquele lugar... recupera qualquer, mas qualquer coisa ruim que tu esteja pensando... É como se eu tivesse caído pra dentro de um cartão postal... o silêncio chega com tudo... parece que tu fica isolado no mundo... e ali é uma daqueles lugares malucos onde tu vê que nossa existência é algo insignificante diante do poder de Deus e da grandiosidade de uma civilização que sem tecnologia conseguiu fazer tudo aquilo.


Última foto antes de se maravilhar


Passando o posto de vigias de MAPI

Meus olhos viam, e a ficha caiu... eu estava em Machu Picchu... Patrimônio Histórico da Humanidade... um sonho embalado durante anos... tanto esforço estava recompensando ali... escutamos o que o Willy nos contava... sobre a grandiosidade de um povo... os ancestrais dele mesmo... e de como é mágico aquele lugar. Depois fomos descendo (graças a Deus), passando pelo setor agrícola, e o setor das habitações menores, depois maiores, templos, e o relógio do sol, que segundo eles, é o ponto de maior concentração de energia... e realmente ali naquele ponto, avistando o Rio Urubamba a mais de 500 metros abaixo... tu pensa o pq desse povo botar aquela pedra ali... na frente dela... a imagem do condor.. com suas asas... e a trindade Inca sempre tão forte... Puma que significa o nosso mundo, a Serpente que significa o mundo interior, e o Condor que significa o mundo superior.


Aí está o sonho realizado!!!


Patrão Velho... Muito Obrigado

Fomos conhecendo toda a Machu Picchu, que diga-se de passagem não é tão grande quanto eu imaginei... mas realmente eh muito mais mágica do que pensava... várias vezes me emocionei lá... pensando no quanto significa uma vitória poder chegar nesse lugar...


Urubamba abajo


Setor Agrícola


Uma lhama "educada" (como diria o Tiozão Zéfran)


A árvore intocável de MAPI

Mas como a tarde já estava acabando, tivemos que descer até Águas Calientes... chegamos lá mortos de fome... fomos até o hotel, tomamos um banho e fomos procurar o que comer... é difícil acontecer o que houve ali... eu com vontade de comer uma boa massa... Águas Calientes, ao contrário do que parece, é um povoado com muita opção gente... bastante barzinhos, restaurantes e butequinhos... No meio dele passa um afluente com o mesmo nome do local, ele corta a cidade no meio e é lindíssimo... a Estação e o nosso hotel ficavam de um lado dele, e a Plaza de Armas do local, ficava d outro. No mesmo lado do hotel, achamos um restaurante... que recém estava começando a servir janta... pedimos uma massa bolonhesa... e uma coca-cola com gelo... Gente... que me perdoem os mais certinhos... mas quando tomei o primeiro gole, foi impossível não ligar uma coisa a outra... A coca tinha cheiro de bu@%*£¢ mal lavada... horrível... e não era da Coca... era do Gelo... depois de rir muito disso e botar o gelo fora obviamente... Veio a tal massa... Foi a melhor refeição que fiz em todo o território peruano... muito bom mesmo... deliciosa...


A bolonhesa...

Depois disso demos uma caminhada pela Plaza.. que é muito bonita, encontramos uma brasileirada num mini mercado... fazendo pechincha numas bolachinhas... e depois voltamos pro Hotel... pois em nossos planos estavam acordar bem cedo pra ir a Wayna no outro dia.. e como é controlado por 400 pessoas por dia a entrada, tem que chegar bem cedo... Acabamos não fazendo... mas isso eh um assunto pra amanhã... o dia em que viramos cambistas em Machu Picchu...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

SEGUNDO DIA EM CUSCO - SOROJCHI PEGANDO

Pessoal...

pra falar deste dia em Cusco é necessário uma explicação de como funciona o trânsito peruano. Resumindo é um caos, ninguém respeita direita e esquerda, não há pisca, buzinas são constantes, carros em péssimo estado de conservação, taxis não tem vistoria com certeza, ônibus não existem e sim mini vans que fazem um transporte que envergonharia qualquer clandestino no Brasil. Visto isso o governo peruano resolveu botar em funcionamento um novo código de trânsito e também apertar a fiscalização sobre o transporte público, instituindo novas empresas e também cooperativas de taxis. Só que isso seria bom se não tivesse sido exatamente na terça feira que estávamos por lá, pois no Peru, diferente do Brasil o povo quando não gosta de algo, se junta e protesta de verdade. Como a multa mínima, pra uma infração leve custará 400 soles (266 reais), o povo não achou a medida muito simpática, e resolveram fazer neste dia o PARO DOS TRANSPORTISTAS, não havia taxi nas ruas, vans não podiam trafegar, e nem carros particulares eram numerosos nas ruas, devido aos piquetes e protestos.

Como nesse dia cheguei no auge do meu Sorojchi, até não foi ruim, mas pra quem pagou pra conhecer o Vale Sagrado neste dia, sempre é frustrante. Eu na verdade já tava pedindo água, loco pra não ir, e como o Nicolás já tinha dito que nos avisar se ia sair ou não... e não tinha recado nenhum na recepção do hotel quando retornamos na noite anterior... na verdade tava mal mesmo... O Pé acordou... tomou café e estava pronto pra ir e eu deitado dormindo ainda, quando ele voltou pro quarto e disse que realmente não haveria passeio... Então dormimos até o meio dia, quando o Pé acordou e me colocou uma pilha pra gente poder dar uma volta, almoçar e fazer alguma coisa...

Pra minha felicidade... tive que ir caminhando até a Plaza de Armas, pois os desgraçados dos taxistas também estavam no "paro"... Fui me rastejando, pois pra quem não sabe... a Plaza fica no alto do centro... No caminho paramos numa lancheria de sucos e sandwiches... é sandwiches como escrevem por lá... Chegamos na lancheria... e muito engraçado no Peru... pq ninguém vem te atender como é no Brasil... lá se não chamar os garçons não vem... e nós ficamos nessa.. de tentar chamar... a garçonete não olhava pra gente... até que depois de 15 minutos ela veio... e pra nossa surpresa... com uma bucha de algodão no nariz... tchê a gente riu muito disso.. imagina uma cusqueña com uma bucha de algodão no nariz... numa lancheria... super asseada... hehehehehheh... pedi um Sandwich de Jamon com Queso... que veio mais seco que areia do deserto... e pra meu desespero, nada de coca-cola e sim um sugo de naranja... No final das contas nota 7....

O Pé queria comer alguma coisa melhor... então fomos num meson que fica na Plaza mesmo... com vista pra Catedral e a Igreja da Companhia... ele comeu algo que nem arrisquei a olhar... pois tava meio anojado de tudo...

Ficamos lá um bom tempo, pois dali me permitia olhar o movimento e não precisar caminhar... Depois disso resolvemos dar uma olhada no Museu Inca, mas chegando lah achamos que não era interessante pagar 20 soles pra olhar... depois de um tempo descemos até a calle onde está localizada a pedra dos 12 ângulos e lá além de ver a famosa pedra... conhecemos o chamado guia de Che... o Néstor... pra quem não sabe quem ele é, basta assistir o filme Diários de Motocicleta... diga-se de passagem, se alguém ainda não viu olhe que vale muito a pena...



o Néstor foi guia de Gabriel Garcia Bernal (Che) no filme e falou a célebre frase dos Incas e dos Incapazes... segundo ele isso acarretou alguns problemas pra ele, pois algumas pessoas de lá queria vê-lo morto... foi algo difícil pro rapaz... Mas muito simpático ele...



Na descida da Calle, encontramos uma lojinha com artigos bem legais pra compras, é no mesmo local onde fica a Peru In Foco... a agência do Ricardo... e ali também me ofereceram uma massagem terapêutica... e eu que nunca havia feito... aceitei... pq a maleza era muito grande... uma hora relaxado... já fiquei bem melhor... enquanto eu fazia a massagem o Pé foi dar uma banda... e não nos achamos mais durante a tarde... eu acabei voltando pro Hotel e pra tentar sarar meu mal estar.. deitei de dormi novamente... acordei só no outro dia bem cedo pra ir pra MAPI... mas aí é uma história que conto depois...

Abraço a todos!!!

sábado, 1 de agosto de 2009

SAIDA DE LIMA E CHEGADA EM QOSCO (CUSCO)

Acordamos cedinho, pois tínhamos que chegar bem temprano (cedo) no aeroporto, tomamos um café, e fizemos o check out no hotel, ainda estávamos terminando o café e o Pancho (Francisco) já nos aguardava na recepção. Tomamos o caminho do aeroporto, trânsito movimentando demais, pois havia uma garoa fina e como já era segunda feira, os peruanos se movimentavam para ir ao trabalho.

Trânsito mais que caótico, chegamos ao Aeroporto Internacional Jorge Chavez, embarcamos no LAN Perú, e logo estávamos voando sobre os Andes, e como todos já haviam me dito, é inexplicável voar sobre os Andes, lindo demais, com seus picos, geleiras e pequenos lagos, lindo demais, parece grandes picos de chocolate que emergem de um mar de nuvens.


Vista aérea das cordilheiras

Chegando a Cusco, a vista aérea é demais também, pois a cidade fica num vale no meio das cordilheiras, e o avião tem que dar a volta passando muito perto de alguns picos da cordilheira e vindo a alinhar no vale para poder pousar, pois para o lado que se olhe existem somente morros e morros... o comandante ali pelo jeito tem que ser muito braço... mas nosso pouso graças a Deus foi muito tranquilo.

Chegando no aeroporto, já se tem certeza que está em habitat inca total, pessoas com trajes típicos (Nhusta) tocando músicas da região com seus instrumentos tradicionais... (Charango, Bombo e Antaras), pegamos nossas equipages (bagagens) e saímos para procurar nosso transfer até o hotel, onde conhecemos o Nicolás... grande parceria e grande profissional ele... Já havíamos falado com ele por MSN, e tinha nos parecido gente boa... o cara confirmou tudo, nos levou até o hotel, nos providenciou um Mate de Coca... providencial, pois naquele momento o Sorojchi (mal da altitude) já começava a me vitimar.

Entramos pro quarto descansamos um pouco até o fim da manhã e logo saímos para almoçar, como era um pouco cedo ainda, resolvemos ir até a agência Peru In Foco, do grande amigo Ricardo do Hariboll, um brasileiro que mora em Cusco e nos deu várias dicas pra aproveitarmos... grande amigo, gente boa, nos tratou muito bem e nos indicou o restaurante El Tablon de Don Tomaz.


Fonte da Plaza de Armas Cusqueña

Almoçamos um Pollo (arghhhhhhhhhhhhhhhhh enjooei de frango legal gente) a milanesa com papas fritas e eu tomei mais uma vez Inca Cola... A Garçonete apesar de muuuuuuuuuuitoooooooooo lenta, nos atendeu bem e ainda falava português, pois tinha morado em São Paulo durante um tempo... De entrada nos trouxeram Choclo (um milho gigante) muito gostoso, e um milhozinho torrado muito bom, que não sabemos o nome.


Peh metendo um Choclinho

Almoçamos e devido a demora pra vir os pratos tivemos que almoçar correndo e voltar correndo... assim que chegamos no hotel mal deu tempo de nos arrumarmos e nos fomos no passeio da tarde... Visitamos o Templo do Sol (Korikancha), dá pena de saber que a conquista espanhola fez tanta merda... o lugar é lindo onde ainda se mantém a parte original, a genialidade da engenharia inca é impressionante, sem argamassa, só falquejando blocos de granito eles conseguiram faze obras perfeitas que resistiam aos terremotos, seria importante os construtores de hoje olharem melhor esse tipo de construção... Depois visitamos a Catedral de Cusco, e como no nosso grupo haviam alguns espanhóis, começou a ter uma disputa verbal interessantíssima entre o guia (Pró Incas) e os espanhóis (pró conqusitadores)... então guia entrou fundo na história, mostrando a resistência cultural dos artistas peruanos, como a Santa Ceia onde além de ter como prato o Cuy (porquinho da índia assado), o rosto de Pizarro (conquistador espanhol) foi colocado no lugar do rosto de Judas, entre outros... muito bonito mesmo.


Nosso guia Manuel (sabe muuuuito... grande guia)

Na saída de Korikancha, teve uma passagem engraçada, fui tirar uma foto com a menina que estava na frente, achando que era uma lhaminha.. e como há muitos bichos parecidos, eu perguntei... Isto é uma lhama, um guanaco, uma vicunha, uma alpaca.. e ela respondeu... es un carnero senor...


Un cordero Senor


Vista do Korikancha

Visitamos também um circuito pré-inca Saqsaywaman, Qenqo, Pukapukara e Tambomochay... esté último a 3800 metros de altitude... e devido ao ônibus chegar ssó no pé... com 300 metros de subida... para avistar as fontes de onde escorre a água que abastece a cidade de Cusco...



Saqsaywaman



Tamanho das pedrinhas..



Tambomochay, a fonte das águas


Voltamos para o hotel, confesso a vocês que nesse momento já havia sido abduzido pelo Sorojchi... totalmente abduzido.... mas como era necessário conhecer ainda a noite cusqueña tentei me recuperar... banhozinho... e saímos para jantar.. e resolvemos aceitar a sugestão do cara da recepção do hotel.. e mandamos ver uma Dieta (sopa) de Pollo... muito boa por sinal (agora nem posso pensar nisso), e ficamos num barzinho que tinha por lá... muita gente apesar do frio...muito estrangeiro... alguns pra lá de bagdá... eu beber nesse caso nem pensar... tava mais interessado em ficar quietinho... cabeça estourando nesse momento e tendência pro outro dia só piorar...

No próximo... falarei sobre o Paro e o dia livre em Cusco...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

PRIMEIRO DIA EM LIMA


Eu pela manhã, já fazendo um amiguinho em español

Bom... como era de se esperar depois dessa chegada, estávamos com toda a corda pra curtir Lima, e tínhamos um Citytour marcado para as 9h. Acordamos cedo, por volta das 7:30, havia uma neblina em Lima, o que acredito que seja bem tradicional, tomamos banho e descemos para o Desayuno... o famoso café da manhã... nada demais, normal como no Brasil, sem salsichas nesse dia...

Já no café, como diria a Nega.. fizemos novos amiguinhos... tinha um casal de franceses na mesa ao lado, e um pessoal na outra mesa, para nossa grata surpresa, vimos que aquele espanhol que hablavam, estava mais para o português, e realmente era, um galera de Campinas, que pelo jeito estavam com um pacote bem parecido conosoco (na verdade depois descobrimos que estavam sem pacote, fazendo a trip na raça) só que um dia adiantado. Estavam indo pra Cusco naquele dia já... conversa vai conversa vem, nos indicaram os caras que trocam grana, falaram do tal Distrito de Barranco e no final descobri que um dos caras era Bugrino... torcedor do Guarani... Até brinquei com ele, pois no ano passado o Xavante jogou com o Bugre e havia uma brincadeira pra ver que torcida ia chamar a outra de viado hehehe

Esperamos na frente do hotel a Van que nos buscaria pro passeio, mais ou menos uma meia hora atrasada ela chegou por lá... nos levou até outro ponto do bairro, onde fomos "baldiados" pra um ônibus grande e confortável o LimaVision... num primeiro momento achei que seria um busão daqueles recortados em cima, mas não era... então fomos passando por vários lugares...Huaca Pucclana (sítio arqueológico pré inca), Praça San Martin, Museu Inca, até finalmente a Praça das Armas e o Monastério San Francisco. Lima é uma capital e tanto, a Catedral na Praça das Armas é de tirar o fôlego... assim como as catacumbas em San Francisco... Um aula de história e de como uma cidade abalada por terremotos convive... Falando nisso, uma coisa que sempre chama atenção no Peru é que todos os lugares tem uma placa com a indicação grande de um S, e abaixo diz, área segura em caso de "sismos" (terremotos).



Embaixada venezuelana (e chavizta) em Lima


Praça San Martin


Tecelagem pré-inca


Cerâmica pré-inca


É fogo em Lima


Palácio do governo peruano


Catedral Limeña


Fonte na Plaza de Armas


Voltamos até Miraflores depois do tour e como estávamos passando na beira do Pacífico, resolvemos descer e almoçar no mesmo lugar que jantamos, o Larcomar... fomos até o FKC, que é um lugar onde vende Frango Frito (Pollo... e POllo), se adivinhássemos que o Pollo nos faria tanto mal, não tínhamos começado comendo isso... mas na verdade o Frango estava muito bom... e barato pra variar.. pagamos menos de dez pila cada um e eu ainda tomei Inca Cola (tem gosto de chiclé... é muito bom até o terceiro dia heheh)... depois do almoço contabilizamos o tempo que tínhamos para as duas atividades que queríamos fazer.

A primeira atividade era um sonho antigo que eu tinha... muito antigo mesmo... me molhar nas águas do oceano pacífico... agora pra completar a triologia falta o Índico e vou buscar isso... Então pedimos informação de como descer até lah, pois existe uma diferença de altura de uns 50 metros... disseram que a 5 minutos de caminhada do Larcomar havia uma descida de escadas... mas caminhamos 100 metros e descobrimos uma descida até lá... na verdade desativada desde o último tremor... murada e tudo, mas como o segurança do Larcomar nos incentivou (acho que ele queria ver brasileños se dando mal) nós resolvemos ir... ele disse que o muro é feito para que los chicos (os pequenos) não passem por ali... Bom mas fomos descendo aos poucos.. escadinha, bonitinho... até os primeiros 20 metros... depois um caminho tapado de pedregulhos e de difícil acesso... passamos um pouco de trabalho... mas chegamos até embaixo... Numa praia chamada Costa Verde (que depois descobrimos que é pouco frequentada pela violência do local).


Caminho tortuoso esse ai...


Chegando a beira do Pacífico... tirei os tênis... tirei as meias e fui... e não é que o Pacífico fugiu... cada vez indo mais pra trás... e eu fui indo mais pra dentro... só que quando ele veio gente... não deu tempo de voltar.. e eu que queria molhar só os calcanhares no máximo... molhei até a metade das coxas, como vcs podem ver no vídeozinho que está abaixo... além da minha cagada... a risada do fdp do Peh é impagável hehehehe



Bom um pouco Pacificado (se me permitem usar o termo)... resolvemos voltar.. com calça molhada hehehe tentamos pegar taxi na beira mar... mas taxi nenhum parava... ainda nãos sei se pq ali é violento... ou se pq estava molhado... o certo é que um parou.. perguntou pra onde íamos e não quis nos levar, isso mesmo, no Peru os taxistas decidem quem será passageiro... o preço é bom... mas só levam pra onde e quem querem. Logo depois pegamos um taxi e fomos até o centro de Miraflores... Precisavamos cambiar, e resolvemos seguir a dica dos campineiros em nosso hotel.

Chegando no centro logo identificamos os caras, usam um colete verde com um $ gigante, e pasmem minha gente... tem milhares de dólares nos bolsos e milhares de soles nos outros... trocam dinheiro em praça pública, como se estivessem na praça da Alfândega em POA ou na Cel. Pedro Osório (pra quem está em Pelotas), uma coisa surreal, imaginem, aqui nem tinham mais calças. Mas lá é um sucesso, são credenciados e tudo.. o Money Exchange deles é bem mais evoluido que o nosso e não cobra 3% de comissão.

Trocamos grana, fomos até o hotel, eu tomei um banho (de agua doce dessa vez hehehe) e fomos ao nosso segundo destino... Estádio El Matute, do Alianza Lima, jogo contra o San Martin, pelo Campeonato Peruano. Pra quem só havia conhecido San Isidro e Miraflores... a imagem real de Lima é um pouco diferente... Nos bairros mais pobres devido a escassez de chuva, as casas não tem telhado... e na sua grande maioria possuem ainda os vergalhões como se fossem esperas pra continuar a obra, como se fosse uma cidade em reconstrução... e bem pobre... o bairro em que se realizaria o jogo é La Vitória.

Chegando no jogo percebemos o poder dos cambistas no mundo, o jogo estava ainda "vazio" e não havia mais ingressos pra vender na bilheteria, tivemos que desembolar 30 soles (uma das coisas mais caras que pagamos) porque o tiozinho que nos vendeu cobrava la su propina para vermos o jogo... Jogo bommmmmmmmmmmmmm, tipo Academia do Morro X Bom Jesus, Alambique X Obras ou São Geraldo X Liberal...horrível... tinha um cara que era uma mistura de Obina com Junior Baiano (pegando só o que os dois tem de ruim... o que eles tem de bom???), terrível o nível do futebol... A torcida dos Negritos (O Alianza no Peru é o time dos Negritos) é show de bola... cantavam músicas bem legais... "onde tu for eu te seguirei... Nunca te abandonarei"... Mas apesar de pressionar o tempo todo.. tomou um gol no único ataque do San Martin (falando nisso gremistas... o San Martin é horrível hehehehe mudei de time.. sou Alianza agora.. Los negritos.. sabe como é neh.. xavante... inter)...


Bandeira gaúcha marcou presença no El Matute


Voltando de lá... pegamos um taxi.. o taxista se perdeu total... Pq diziamos que queriamos ir na praça de Miraflores e o nome correto é Óvalo... confusão resolvida.. ele não aceitou o pagamento com uma moeda que tinha por dizer que era falsa... mas depois passei adiante neh.. assim como várias notas que pegamos... Fomos dar uma passeada por Miraflores, nos indicaram um local chamado Calle de las pizzas... até lá fomos...chegando até o local... é um ruazinha estreita com vários restaurantes, onde os garçons e garçonetes te abordam firme pra te levarem pro restaurante deles... passeamos um tempo por lá e notamos que várias meninas nas mesas eram muuuuuuuuuuuuuuiiiiiito simpáticas hehehehe, como as meninas nunca foram tão legais assim comigo.. achei num primeiro momento que o Peru era o país mais simpático do mundo hehehehe, mas como sou cria do garrão do continente... olhei melhor e vi que se tratavam de profissionais que ali estavam... diga-se de passagem muito bem disfarçadas... nem parece... mas é que nem DENOREX (pra quem não lembra.. parece mas não é)... pois é.. elas ficam ali até o horário que as "casas" abrem... depois descobrimos que no Peru as gurias não são permanentes nas casas como normalmente é no Brasil... elas são itinerantes e a calle das pizzas por ser um lugar de muitos turistas, é um bom lugar pra os horários de "folga"...

Bom nesse lugar, conversamos com uma garçonete (que hablava.. sim hablava português) que falava um portunhol... quando fomos abordados por um cara que foi falando em gauchês corrente... bah meu... o carinha ali conversou um tempão com a guria e descobriu que era uma PUTA hehehehhe, caimos na risada... os caras de POA e Taquara... um deles que já morou no Peru um bom tempo e os outros que estavam lah pra surfar... estavam indo pras praias peruanas... gauchada da melhor qualidade... só com um defeitinho pra uma tarde de grenal que o inter perdeu... eram gremistas hehehehe... ô azar... demos muita risada... o Peh descobriu que um deles era vizinha de praia dele e outro era amigo de um grande amigo dele... o mundo pequeno...

Comemos um llomo (carne) a milanesa e quando já estavamos indo embora... apareceu um outro brasileiro (na verdade um coreano criado no Brasil), oriental... e que em meia hora de conversa... disse que era dono de empresa de pescados, de uma importadora e de um restaurante em Santos e em menos de um mês de Lima, tinha dez namoradas e conhecia como funcionava a calle de las pizzas e o tráfico de drogas do local... como estávamos sem fazer nada acreditamos em TUDO... mas ficamos mais que desconfiados... devido ao adiantado da hora, achamos melhor ir embora... mais que desconfiados e olhando pra tras umas dez vezes.. é.. nem só de sonhos vive-se quando é turista.. "Yo no creo en las brujas; pero que las hay, las hay"...

O próximo post... ida pra Cusco... Korikancha, Catedral, Saqsayuaman, Qenqo, Pukapukara, Tambomochaye e noite na plaza de armas cusqueña.

Até...