quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

10 HORAS DE PURA DIVERSÃO

Esse desafio foi complicado... Encarar 10 hora de viagem de Cusco a Puno, sabíamos... não seria nada fácil.. nada fácil mesmo.

Mas tínhamos que encarar essa jornada... e se fomos... Cedinho da manhã o Nicolás passou no Emperial Cusco Hotel e nos pegou de taxi, até um outro ponto da cidade... no trevo de saída para o Sul Peruano.

Um ônibus semi-leito, o Transmundo do Turismomer nos aguardava... muitas malas, usavam uma espécie de etiquetas, como se usa na rodoviária aqui para colocar nossa bagagem (nesse caso toda nossa bagagem pois não voltaríamos a Cusco), nos despedimos do Nicolás, guardamos nossa bagagem, separamos alguns pertences que seria necessários durante a viagem e nos abancamos no primeiro banco da direita de quem sobe...

Ali de cara já conhecemos alguns brasileiros.. em especial o Mauro... Palmeirense até por dentro dos olhos que viajava com a irmã (que no começo achei que era esposa até)... gente boa o Maurão.

Estávamos ali, já tentando fazer uma feição para dormir um pouco pois era cedo... quando sobe a personagem principal dessa história... Nosso guia... Uma mistura de índio com o Cascatinha do Castrinho hehehehehe

"- Hola mi nombre es Roger "(na pronuncia espanhola Royer)
"- Hi mi name is Roger " (mas a pronuncia não trocou pra Rodjer como na Inglesa... continuou exatamente igual.. Royer)


Mi nombre es Royer

Nos olhamos e pronto, sabíamos que a nossa diversão nessas dez intermináveis horas havia chego ali hehehehehe

Inventamos algumas músicas, funks, bonequinhos ventriloquos animados.. todos com o nosso querido guia dentuço... ROYER... meu xará o danado hehehehe.

Mas contando agora um pouco mais da viagem, foi muito legal... primeira parada foi foi rápida, logo na saída de Cusco, em Oropesa... Para comprar um tradicional pão da região, eu já tinha tomado café, mas não resisti a tentação de provar um pedacinho que foi repassado pelo grande Royer... Tchê.... Meu Deus... acho que foi a coisa mais gostosa que comi em toda viagem... muito saboroso... é um pão levemente adocicado... com um pouco de canela.. Demais... Adorei...

Paradinha rápida mesmo, na verdade só quem desceu foram os guias, além do Royer tínhamos também uma Rodomoça.. chiquérrimo, parecia avião o trosso... balinhas, água, coca e a tradicional Inka Cola... Depois disso seguimos viagem, passando por diversos vilarejos, mais ou menos do tamanho de Turuçu... GRANDE BARBARIDADE... mas sempre com a cordilheira nos brindando a frente, e sempre e sempre subindo, o que sinceramente me preocupava bastante, pois se estávamos a 3200m de altitude, significava que o oxigênio tava diminuindo e a temperatura descendo... E no caso não era uma boa.. já estávamos com frio suficiente.


E sobe o morro...

Chegamos ao nosso primeiro ponto de parada, Andahuaylillas... sinceramente pessoal, acho que o único nome de todos que não consigo pronunciar como eles falam.. algo como Andarruayjlijrras ehehe, muito estranho mesmo... Mas sem dúvida o lugar mais bonitos de todos os pontos onde paramos, lá existe uma Igreja pequena.. San Pedro e San Pablo... linda demais, considerada a Capela Sistina da América Latina, visto o número de obras e os afrescos (abixas hehehe) no seu teto... Não é que nossas igrejas não tenham imagens tão belas como aquelas, mas sinceramente, parecem que as imagens dessa igreja estavam falando contigo, tamanha era a expressão... é uma Igreja pequena... mas impressionante... Pena não poder tirar foto.


Igreja de San Pedro e San Pablo


Cenário de Pancho Villa

Lá neste lugar (repetir o nome da trabalho)... tem uma praça onde se vende artesanato e uma árvore coberta de flores vermelhas e sacadas de madeira nos prédios antigos... parece uma vila mexicana daquelas de filme de Antônio Banderas e Marichis... Me senti dentro do cenário do Pancho Villa... Lá também matei um pouco da saudade, tomei um chimarrão (pedido para um Castelhano que estava no ônibus também)... e encontramos uma nativa com o famoso chapéu peruano... COPA DE BITUCA DE CIGARRO...


Chapéuzinho de Bituca hehe

Paradinha de meia hora... xixizinho e busão de novo... Seguimos viagem... curva, vilarejo e morro acima... ônibus bom...

Segunda parada Raqchi... Um sítio arqueológico... Com um vilarejo muito antigo do lado.. lá se criam galinhas e ovelhas e tem uma bela lagoa... chamada lagoa sem fim, pois nem na maior das secas ela acaba devido a um vertedouro natural em seu fundo (existe uma lenda nessa lagoa, mas devido ao meu pífio espanhol não entendi pivicas que o Royer falou.)... Mas o sítio foi erguido em homenagem ao Deus Wiracocha... e era um local de peregrinação... também devido a proximidade com o vale sagrado, era o local onde eram estocados os mantimentoss, existem ruinas de mais de 180 silos no local... Muitas partes estão bem conservadas, mas o templo tem somente seus pilares centrais... todos em formato trapezoidal como comentei anteriormente. Incrível.


As ruínas de Raqchi

Inclusive nesse lugar pagamos 2 soles pra cagar num banheiro que a privada não tinha o acento aquele tradicional... Puta merda...


Banheirinho sem vergonha

O mais legal foi uma maneira de matar a saudade e ficar também orgulhoso.. o ônibus que anteriormente havia achado muito bom... adivinhem... MARCOPOLO NEGO... Busão gaúcho.


Onde tu for vai existir um gaúcho

Depois disso.. já com uma certa fome, mas ainda sem muita vontade de comer frango (odeio pollo heheh)... lá pelas 13h paramos num restaurante as margens do Rio Vilcanota (Urubamba.. sei lá), na altura da cidade de Sicuani... BOm restaurante.. mas como tava ruim ainda e o buffet não me agradou muito... achei uma maneira de me manter sem fome... Meu almoço foi... Purê de Batata, Arroz e Pão (aquele mesmo... durinho hehehe) e Coca-cola em temperatura ambiente é claro.. especialidade peruana hehehe

No almoço... sentou conosco uma brasileira (ou não) de uns 50 e poucos anos... ela é Psicoteraupeta (médico de loco hehe... certinho pra nós)... e a vida dela digamos que não era bem um marasmo... vou tentar escrever aqui pq não me lembro direito... Sei que o pai dela era um diplomata... então ela nasceu na Iália, o pai dela era Turco, a mãe não sei de onde... Ela morou anos em Manchester na Inglaterra (inclusive ela falava Manchester dum jeito que nunca vou conseguir), veio para o Brasil e o marido dela é Libanês.. e nome dela é de Russa... mas não lembro o nome dela.. só da briga dela depois no hotel hehehe brigou feio por telefone com alguém... acho que ela tava precisando de uma PSICOTERAPEUTA. Mas figuraça...

Continuamos o caminho e rumo ao lugar que sinceramente me despertava muita curiosidade e um pouco de medo... Mas o que me chamava mais atenção... O ponto mais alto da estrada.. a mais de 4300m de altitude... Descemos e nesse lugar tem muitos ambulantes com artesanato esperando os turistas... astesanatos lindos, mas sinceramente... descer do ônibus e dar de cara com um pico nevado com mais de 5000m de altura é lindo demais... gelado mas lindo... E ainda fomos agraciados com um trem passando no pé deste pico nevado, vinha pelo meio de um capinzal amarelado... olha gente... dádiva mesmo... Só Deus pra fazer um lugar daquele jeito... DEMAIS... Em La Raya foi a primeira vez que senti um frio andino mesmo... de resto eram momentos de frio.. mas ali foi um frio intenso... de verdade... que dói o osso... e um vento que tu mal conseguia ficar parado...


La Raya... 4335m de altura

Parada rápida pra não congelar... La Raya sem dúvida ficou guardado nos lugares que lembrarei pro resto da vida junto com a Plácido de Castro, 565 (lugar que me criei em Pelotas), o Ginásio de Santa Cruz do Sul, a trave onde o Sóbis fez dois gols no Morumbi, o Rio da Prata em Jardim-MS e por ai vai.. INESQUECÍVEL...


O dificil é não fazer cara de frio

Último trecho da viagem... e sinceramente depois de La Raya... comecei a ficar um pouco cansado de brincar de conhecer ruínas... e visitar pedras como diria o Pé... descemos um pouco e chegamos em Pukara (essa é só Pukara... não Pukapukara que fica em Cusco mesmo)... é um vilarejo que chega a dar pena... pela primeira vez desde que começou a viagem eu vi a miséria da região... miséria mesmo.. uma senhorinha sentada na calçada.. que lembrou minha avózinha Tuca... enrugadinha e a tristeza estava nos olhos dela... Muito triste.. muito triste não... na hora lembrei do filme diários de Motocicleta... Foda...


Iglesia de Pukara

Mas Pukara é considerada a primeira civilização do sul Peruano e data de 1600 A.C. com um museu com as muitas raridades.

Depois disso foi chegar a Puno... ver de cima o Titicaca...e ir pro Hotel Casona Plaza e descansar... não sem antes bater um papo com o Mauro... comer um Sanduba caprichado no hotel mesmo e ver que umas paulistas que havíamos conhecido no vôo de Lima para Cusco estavam um pouco mal na foto... tipo era um corre-corre de enfermeiras e médicos no hospital... pelo que uma delas nos falou (uma estava ruim e a outra MAL)... elas tinham ido fazer o passeio no vale sagrado e uma delas comeu uma batata com argila.. que segundo nossos guias.. nem os nativos comem pq é muito arriscado... HAJA SORO PRA HIDRATAR hehehe


Chegada em Puno

Soninho... no outro dia o Titicaca nos esperava no frio de -7º da noite de Puno... FRIO... e o Hotel com a lareira acesa e fedendo a fumaça todo hotel...dormimos com muita sede esse dia...

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